Dói ausente o momento
Em duas almas
Uma que dói
A outra que vive.
Dói ausente o momento
Em duas almas
Uma que vibra
A outra que ecoa.
Dói ausente o momento
Em duas almas
Uma que sorri
A outra que se desculpa.
Dói ausente o momento
Em duas almas
Uma que marca pegadas
A outra, passos.
Dói ausente o momento
Em duas almas
Uma que chora
A outra também.
Dói ausente o momento
Em duas almas
Uma que verte solidão
A outra, lágrimas.
Dói ausente o momento
Em duas almas
Uma que pinta
A outra que sente.
Dói ausente o momento
Em duas almas
Uma que grava
A outra que filma.
Dói ausente o momento
Em duas almas
Uma que dói
A outra também.
Dói ausente o momento
Em duas almas
Uma que se aquece
A outra que se apaga.
Dói ausente o momento
Em duas almas
Uma que sente falta
A outra que se farta.
Dói ausente o momento
Em duas almas
Uma de ferro
A outra de aço.
Dói ausente o momento
Em duas almas
Uma transparente
A outra de vidro.
Dói ausente o momento
Em duas almas
Uma que bate no muro
A outra que o atravessa.
Dói ausente o momento
Em duas almas
Uma que fala
A outra que cala.
Dói ausente o momento
Em duas almas
Uma que liga
A outra que se desliga.
Dói ausente o momento
Ao sol, despreocupado
Pois dói sem dor.
domingo, 21 de junho de 2009
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Dói ausente o momento - VI
Dói ausente o momento
Pálido no grito
Desconhecedor da sonora força.
Dói ausente o momento
Em dois corações novos
Um triste
O outro também.
Dói ausente o momento
Em dois corações novos
Um acompanhado da solidão.
O outro, solitário
Dói ausente o momento
Em dois corações
Um que mostra
O outro que lê.
Dói ausente o momento
Em dois corações
Um que não espera
O outro que senta.
Dói ausente o momento
Em dois corações
Um carente
O outro, ausente.
Dói ausente o momento
Em dois corações
Um gentil
O outro também.
Dói ausente o momento
Em dois corações
Um que cala
O outro que pensa, e não para.
Dói ausente o momento
Em dois corações
Um que é livre
O outro que é solto.
Dói ausente o momento
Em dois corações
Um que pisa
O outro que se esvai.
Dói ausente o momento
Em dois corações
Um que dança
O outro também.
Dói ausente o momento
Em dois corações
Um que olha
O outro que cerra os olhos.
Dói ausente o momento
Em duas bocas
Uma vermelha
A outra rosa.
Dói ausente o momento
Em duas bocas
Um que sorri
A outra também.
Dói ausente o momento
Em duas bocas
Uma que seca
A outra que molha.
Dói ausente o momento
Em duas bocas
Uma grande
A outra que pergunta.
Dói ausente o momento
Em duas bocas
Uma de lábios fartos
A outra de fartos lábios e, talvez, por isso, ausentes.
Dói ausente o momento
Em quatro olhos
Dois que se aproximam
Dois que se ausentam.
Dói ausente o momento
Em quatro olhos
Dois que se esclareçem
Dois que são pretos, pois ausentes.
Dói ausente o momento
Em quatro olhos
Dois tristes
Dois preocupados.
Dói ausente o momento
Em quatro olhos
Dois que falam
Dois que gemem.
Dói ausente o momento
Em quatro olhos
Dois que buscam
Dois que são buscados.
Dói ausente o momento
Em quatro mãos
Duas que amarram
Duas que desatam.
Dói ausente o momento
Em dois corações
Um que não espera
O outro que já se foi.
Pálido no grito
Desconhecedor da sonora força.
Dói ausente o momento
Em dois corações novos
Um triste
O outro também.
Dói ausente o momento
Em dois corações novos
Um acompanhado da solidão.
O outro, solitário
Dói ausente o momento
Em dois corações
Um que mostra
O outro que lê.
Dói ausente o momento
Em dois corações
Um que não espera
O outro que senta.
Dói ausente o momento
Em dois corações
Um carente
O outro, ausente.
Dói ausente o momento
Em dois corações
Um gentil
O outro também.
Dói ausente o momento
Em dois corações
Um que cala
O outro que pensa, e não para.
Dói ausente o momento
Em dois corações
Um que é livre
O outro que é solto.
Dói ausente o momento
Em dois corações
Um que pisa
O outro que se esvai.
Dói ausente o momento
Em dois corações
Um que dança
O outro também.
Dói ausente o momento
Em dois corações
Um que olha
O outro que cerra os olhos.
Dói ausente o momento
Em duas bocas
Uma vermelha
A outra rosa.
Dói ausente o momento
Em duas bocas
Um que sorri
A outra também.
Dói ausente o momento
Em duas bocas
Uma que seca
A outra que molha.
Dói ausente o momento
Em duas bocas
Uma grande
A outra que pergunta.
Dói ausente o momento
Em duas bocas
Uma de lábios fartos
A outra de fartos lábios e, talvez, por isso, ausentes.
Dói ausente o momento
Em quatro olhos
Dois que se aproximam
Dois que se ausentam.
Dói ausente o momento
Em quatro olhos
Dois que se esclareçem
Dois que são pretos, pois ausentes.
Dói ausente o momento
Em quatro olhos
Dois tristes
Dois preocupados.
Dói ausente o momento
Em quatro olhos
Dois que falam
Dois que gemem.
Dói ausente o momento
Em quatro olhos
Dois que buscam
Dois que são buscados.
Dói ausente o momento
Em quatro mãos
Duas que amarram
Duas que desatam.
Dói ausente o momento
Em dois corações
Um que não espera
O outro que já se foi.
terça-feira, 16 de junho de 2009
Dói ausente o momento - V
Dói ausente o momento
Pela batida do surdo que não houve
Contido pela ausência sonora
Dói ausente o momento
No espalhar de inexistente aroma
De flor que não se soma
Arranhada em olfativa ausência.
Dói ausente o momento
Preso aos cílios sem rédeas
Presente no olhar que se ausenta.
Dói ausente o momento
Desgostoso, na boca fria,
Queimado pelo fogo rosa
De degustada ausência.
Dói ausente o momento
No tato de sedoso toque
Da pele-botão que, ausente, não se abre.
Pela batida do surdo que não houve
Contido pela ausência sonora
Dói ausente o momento
No espalhar de inexistente aroma
De flor que não se soma
Arranhada em olfativa ausência.
Dói ausente o momento
Preso aos cílios sem rédeas
Presente no olhar que se ausenta.
Dói ausente o momento
Desgostoso, na boca fria,
Queimado pelo fogo rosa
De degustada ausência.
Dói ausente o momento
No tato de sedoso toque
Da pele-botão que, ausente, não se abre.
Dói ausente o momento - IV
Dói ausente o momento
Na tristeza que se repete
E na ausência que fascina.
Dói ausente o momento
Pela doçura relembrada
Quando calado fez a noite
Laçado num intenso abraço.
Dói ausente o momento
Tenro, pois molhado
E delicado por segurada lágrima.
Dói ausente o momento
Pela lágrima caída
Segurada, pois confiada
Confiada, pois cuidada.
Dói ausente o momento
Repetido em solitário diário
Pois não alcançado por nenhuma palavra.
Na tristeza que se repete
E na ausência que fascina.
Dói ausente o momento
Pela doçura relembrada
Quando calado fez a noite
Laçado num intenso abraço.
Dói ausente o momento
Tenro, pois molhado
E delicado por segurada lágrima.
Dói ausente o momento
Pela lágrima caída
Segurada, pois confiada
Confiada, pois cuidada.
Dói ausente o momento
Repetido em solitário diário
Pois não alcançado por nenhuma palavra.
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Dói ausente o momento - III
Dói ausente o momento
Ausência de estranha beleza
Momento de singela ternura.
Dói ausente o momento
No pacto de eterna dúvida
Na brisa de serena espera
E na fúria de escolhido sofrimento.
Dói ausente o momento
Feliz por que sincero
Triste por que momento.
Dói ausente o momento
Livre por que espera
Preso por que duvida
Morto por que momento.
Dói ausente o momento
Presente, como veludo macio,
Do toque de uma atenta lágrima.
Ausência de estranha beleza
Momento de singela ternura.
Dói ausente o momento
No pacto de eterna dúvida
Na brisa de serena espera
E na fúria de escolhido sofrimento.
Dói ausente o momento
Feliz por que sincero
Triste por que momento.
Dói ausente o momento
Livre por que espera
Preso por que duvida
Morto por que momento.
Dói ausente o momento
Presente, como veludo macio,
Do toque de uma atenta lágrima.
domingo, 14 de junho de 2009
Dói ausente o momento - II
Dói ausente o momento
Ao alcance da criadora ausência
Mesmo que perfurado por geográfica distância.
Dói ausente o momento
Ferido de envenenada lança
Cravada na insistente lembrança
De uma alma ausente e errante.
Dói ausente o momento
Sem saber se passado
Por confundido em presente saudade.
Dói ausente o momento
Que insiste além da morte
Depois de estancado o ferimento
Dói no ausente corte.
Dói ausente o momento
Pois sem raiz sabido
Amigo do triste acaso.
Ao alcance da criadora ausência
Mesmo que perfurado por geográfica distância.
Dói ausente o momento
Ferido de envenenada lança
Cravada na insistente lembrança
De uma alma ausente e errante.
Dói ausente o momento
Sem saber se passado
Por confundido em presente saudade.
Dói ausente o momento
Que insiste além da morte
Depois de estancado o ferimento
Dói no ausente corte.
Dói ausente o momento
Pois sem raiz sabido
Amigo do triste acaso.
sábado, 13 de junho de 2009
Dói ausente o momento
Dói ausente o momento
De distante se ver
Nunca aproximado, pois desde sempre momento.
Dói ausente o momento
Ausente da paixão latente
Na memória lida
E apagada de repente.
Dói ausente o momento
Demorado e inexistente
Apenas para ser, por mais uma vez, momento.
Dói ausente o momento
Como se dele não fosse
O gotejar lento do abdicado sangue
Minado de sincera foice
Dói ausente o momento
De boca esfriada
Filho dessa estranha ausência e desde sempre esperada.
De distante se ver
Nunca aproximado, pois desde sempre momento.
Dói ausente o momento
Ausente da paixão latente
Na memória lida
E apagada de repente.
Dói ausente o momento
Demorado e inexistente
Apenas para ser, por mais uma vez, momento.
Dói ausente o momento
Como se dele não fosse
O gotejar lento do abdicado sangue
Minado de sincera foice
Dói ausente o momento
De boca esfriada
Filho dessa estranha ausência e desde sempre esperada.
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Os olhos que dizem
De vida posta e disposta, saltam-lhe as lágrimas em corroídas pálpebras
A explodir, chora apenas e já nada cria, a pença cabeça
As têmporas, em latejo de torpor amante, esperam as furtivas horas
A viver, no revolto cabelo, o esperado toque e o olhar sem fala.
A explodir, chora apenas e já nada cria, a pença cabeça
As têmporas, em latejo de torpor amante, esperam as furtivas horas
A viver, no revolto cabelo, o esperado toque e o olhar sem fala.
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